A influência do tipo de tecido na dentição natural já está bem documentada na literatura e numerosos artigos demonstram que um tecido espesso é preferencial para resultados cirúrgicos e protéticos ideais.
Neste contexto, estudos atuais são direcionados a explorar se a espessura da mucosa teria implicações similares ao redor dos implantes dentais.
Sobre esse aspecto, não há um consenso na literatura e a relação da espessura da mucosa queratinizada com a saúde dos tecidos peri-implantares ainda se apresenta como um assunto controverso.
Embora no passado diversos autores tenham afirmado não haver relação entre a presença do tecido queratinizado e o sucesso de implantes osseointegrados, estudos mais recentes apontam a espessura deste tecido como um fator influenciador no sucesso dos implantes.
A ausência de gengiva queratinizada adequada também foi associada a maior acúmulo de placa, sangramento à sondagem, inflamação e recessão gengival.
Esses achados sugerem que a espessura da mucosa queratinizada pode determinar a dinâmica futura dos tecidos moles em torno dos implantes dentários.
Tem sido relatado que a presença ou a reconstrução de tecido queratinizado ao redor de implantes pode facilitar os procedimentos restauradores, promover a estética e ainda permitir a manutenção de uma higienização oral rotineira, sem irritação ou desconforto ao paciente.
Além do mais, segundo um recente consenso do Congresso Internacional de Implantodontia Oral, determina-se que o sucesso dos implantes deve preencher tanto critérios funcionais quanto estéticos.
Com base nesses achados, os procedimentos de aumento gengival são indicados na prática clínica com finalidade de controle de placa bacteriana, conforto ao paciente e melhor resultado estético, sobretudo quando em associação com tratamentos protéticos.
Revista de Odontologia da UNESP
Juliano Milanezi de Almeida; Vivian Noronha Novaes; Paula Lazilha Faleiros; Valmir Campos Macarimi; Álvaro Francisco Bosco; Letícia Helena Theodoro; Valdir Gouveia Garcia
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